Uma pequena grande odisseia da linguagem
Houve um tempo, nos primórdios, em que
o discurso, se é que assim pode-se chamar, não abarcava as funções
semântico-sintáticas. Comunicar-se, só por meio de imagens e gestos. E o homem,
no decorrer do tempo, o que fez? Este criou a linguagem como mais uma
ferramenta de sobrevivência e de manutenção do contato entre seus semelhantes.
Mas a linguagem recém-criada era
altamente precária. O discurso, agora talvez mais digno dessa nomenclatura, abarcava
novas regras de formalização, pelo menos no que concerne aos signos (sinais)
atribuídos a várias espécies de objetos. Mesmo assim, havia uma deficiência no
quesito de conversação.
E o homem, muito astuto, o que criou a
partir dessa precariedade mesmo após formular os signos? Criou mais elementos
que incrementaram a formulação de um discurso mais inteligível (mais claro) aos
que dele compartilhavam. Para a infelicidade dos homens, mesmo após a
elaboração de regras semântico-sintáticas dos sinais, a linguagem ainda carecia
de mais robustez.
Sendo assim, o homem, mais astuto
ainda, criou todas as regras para os signos, as partículas para a disposição
das sentenças e, junto a isso, o mais importante, elaborou uma semântica que
desse conta do contexto. Com isso, os homens daquele primórdio longínquo
conseguiram dar o primeiro grande passo para a formalização de uma linguagem
mais completa.
Conforme o tempo passou, os homens de
maior intelecto deram ao contexto a possibilidade de ser expresso através da
entonação. É devido a essa última que passamos o que desejamos expressar, mesmo
quando o que falamos é uma expressão indireta.
Portanto, o contexto em junção com a
entonação permite-nos elaborarmos discursos complexos e bem mais robustos que
aqueles dos nossos primitivos. A linguagem é a grande façanha da humanidade! A
complexidade das funções semântico-sintáticas mais todos os elementos que
compõem os atos linguísticos é um feito que, até hoje, existe controvérsia:
como explicar isso mediante os atributos cognitivos humanos? Como explicar a
linguagem complexa? Seria ela fruto apenas da cultura ou seria uma disposição propriamente
humana?
Comentários
Postar um comentário