Opinião

Demagogos e demagogia

Por todos os lugares (instituições, governos, etc.) vemos pessoas que tentam se sobressair, em qualquer aspecto, por variados caminhos. O problema disso está no fato dessa configuração existir em um lugar que deveria lutar contra ela: a Universidade.

Não falo isso querendo me eximir do problema. Logicamente, por extensão, ou seja, por estar imerso nisso tudo, faço parte dessa “prática”. Falo, principalmente, por ter um contato mais direto, da parte das Humanidades das nossas Universidades.

Os problemas que o país enfrenta, os quais não são poucos, são apontados pelos nossos “intelectuais”, mas raramente existe ao menos uma tentativa de solução. Sabemos que no Brasil, mais do que identificar problemas, precisa-se resolvê-los. E o que os “Humanistas” fazem para que isso aconteça? Nada!

A Universidade está se tornando um antro de teóricos que só imaginam as possíveis mudanças, mas que nada fazem para torná-las realidade. Apontam problemas e falam sobre eles, mas quem vai agir para que o quadro negativo apontado se reverta?

A demagogia está configurada a partir do momento em que as Humanidades, em seus objetivos, deveriam, além de descobrirem problemas, mudarem a realidade na qual esses problemas estão instalados. Mas a realidade corroída não é efetivamente atingida pela benesse daqueles que, aparentemente, querem mudá-la. Os demagogos são apenas teóricos; o que deveriam ser, não são: práticos.

Não se muda a realidade apenas com teorias. Sendo assim, não dá para afirmar que as Universidades têm papel fundamental nos quesitos sociais. Se assim fosse, ou seja, se tivessem esse papel de mantenedora de uma sociedade coesa e justa, o Brasil não se encontraria na decadência que ainda insiste em estar. Colocar os intelectualistas no topo é praticar demagogia. Demagogo é se aceitar como o responsável pela transformação social, enquanto sabe que não é.

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