O
poder da linguagem
A história humana é marcada por fatos
de todos os tipos — culturais, naturais e até pessoais. Os que prevalecem,
enquanto desenvolvimento do homem, são os acontecimentos notadamente culturais.
Nestes, predominam as ações diretas da sociedade na qual o indivíduo está
inserido.
A linguagem tem papel fundamental
nesse desenvolvimento (nem sempre para melhor) do homem perante sua história. Foi
por ela, a linguagem, que o homem dominou outros homens, transmitiu o
conhecimento que obteve do mundo e, também, tornou-se capaz de raciocinar.
Como disse Wittgenstein (filósofo
austríaco), “o limite do conhecimento é o limite da linguagem”: conhecemos o
que a linguagem nos permite alcançar. É com esta última que conhecemos o mundo
e o interpretamos através de como somos atingidos pelos fenômenos e com o
arcabouço teórico que possuímos de antemão. É uma via bilateral.
Daniel Vanderveken (filósofo belga)
afirmou que um "pensamento inexprimível" - ou seja, que não pode ser expressado - "é
uma impossibilidade lógica". Em outras palavras, não é possível pensarmos algo
sem sermos capazes de expressá-lo através da linguagem, pois pensar é exercer
uma atividade linguística, e, portanto, é passível de externalizá-la.
Só somos capazes de racionalizar o
mundo e nós mesmos porque possuímos uma linguagem desenvolvida e complexa,
diferenciando-nos dos outros animais e dos demais seres vivos. Pensar é também
uma forma de linguagem, pois efetuamos relações intrinsecamente linguísticas.
Não é possível raciocinarmos sem estarmos de posse das noções
sintático-semânticas de uma determinada língua.
Diante disso, é perceptível que a
história cultural do homem se dá através do poder que temos mediante os
processos linguísticos. A linguagem é a maior ferramenta de poder do ser
humano. Com ela conhecemos, dominamos e vivemos em sociedade.
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