Sentido
Não há sentido existencial quando o mundo é demasiado amplo para mim. Não há fim teleológico. Hão há um Eu embutido no meu corpo que me domina, que me leva a uma finalidade anteposta à minha própria existência.
Não há sentido existencial quando o mundo é demasiado amplo para mim. Não há fim teleológico. Hão há um Eu embutido no meu corpo que me domina, que me leva a uma finalidade anteposta à minha própria existência.
Se estou nesta cadeira escrevendo
esse simples texto, não é porque tenho de escrevê-lo, mas porque o quero fazer.
Escrevo não para mim mesmo, mas para outrem. Só o escrevo porque há quem o
veja, quem o interprete, quem o concorde, quem o discorde, quem o goste, quem o
odeie. Se não houvesse o outro, que é você, não teria motivos para eu redigir
estas linhas.
O olhar do outro também me
define. Induz-me a certas ações. Porém, não me controla irresistivelmente. Sou
potência de desejos, volições. Sou liberdade de escolha. Tenho um Eu o qual
controlo. Não sou controlado, como se estivesse jogado no cruzamento de dois
caminhos — bem e mau —, os quais me eram dados e eu tivesse de escolher apenas
um.
Como afirmou Sartre, “somos uma
paixão inútil”. O mundo objetivo não depende de nós para sua existência
concreta. Somos apenas relações para com este. Seja de conhecimento, seja de
afetividade.
O fato de darmos sentido temporal
à nossa existência não muda sua trágica condição de ser, que é não possuir
sentido último. Primariamente, somos seres biológicos. Depois, adquirimos
consciência, que é puro direcionar-se no único mundo no qual nos situamos.
Nascemos, vivemos — na concepção
ampla da vida humana — e depois morremos. Todo o resto fantasioso que muitos
creem são apenas medidas paliativas de controle da angústia, do desespero
diante do nada. Um sentido final, último, teleológico, definitivamente não há.
Somos esta efemeridade no mundo. Este relacionar-se com...
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