Conhecimento

Você sabia que a física aristotélica foi só totalmente ultrapassada pelas teorias modernas de Galileu e Newton? A primeira tinha como base apenas preceitos filosóficos. Nas últimas, foram incorporados cálculos matemáticos — a chamada Filosofia Natural.

Isso mostra a dialética do conhecimento, ou seja, nenhuma pretensa verdade pode ser para sempre confiada. Duvide. Investigue.

Quer saber um pouco sobre a Física de Aristóteles? Segue:

O universo aristotélico — finito — é composto por duas esferas concêntricas, nas quais estão estabelecidos os elementos terrestres e os celestes. A esfera celeste concentra os planetas, as estrelas e as esferas cristalinas que são feitas de éter, um elemento puro e eterno. Entre estas duas esferas há os quatro elementos que compõem tudo o que há, a saber: terra, água, ar e fogo. A terra é a esfera central, o elemento mais pesado. A água é a camada logo após a terra, porém abaixo da camada do ar e do fogo. O ar, por sua vez, tem seu lugar logo após a camada da água, mas abaixo da camada do fogo. Por último, o fogo compõe a última camada dos elementos físicos.

Para explicar a movimentação dos corpos, Aristóteles formula o conceito de “movimento” (kinesis), o qual difere do conceito atual. Para o filósofo, há uma distinção entre “movimento” e “mudança” (metabolé), umas vez que todo movimento é mudança, mas nem toda mudança é movimento. “Movimento”, então, de acordo com Aristóteles, seria a mudança de um ser para um ser, sem gerir um novo ser ou corromper um já existente. Tal mudança, ou seja, a que refere-se ao movimento, pode ser qualitativa, quantitativa e locomotiva. 

O conceito de “movimento” é importante para entendermos a dinâmica aristotélica do mundo físico. Segundo o autor, os corpos se movem buscando seu lugar natural, o qual se encontra em cada camada respectiva, como exposto anteriormente. Assim, a terra (ou os corpos pesados compostos de terra) movem-se sempre para baixo, em direção ao centro do universo, onde se encontra a esfera terrestre. A água tem seu movimento para cima, quando se encontra no centro do universo e para baixo quando se encontra nas camadas do ar e do fogo. O ar, por sua vez, tem seu movimento para cima quando está nas camadas da terra e da água, exceto quando está na camada do fogo, que será para baixo. Por fim, o fogo tem sempre seu movimento para cima, buscando seu lugar natural que se encontra acima de todas as outras camadas anteriores. Portanto, a concepção de universo aristotélica é de finitude e que os corpos se movem tentando imitar o primeiro motor, isto é, buscando seu lugar natural para que, assim, permaneça imóvel e imutável.

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