AO LEITO DE MORTE | Edvard Munch |
A filosofia não sobrevive ao enclausuramento dos seres. Filosofar é corresponder à abertura do homem e à aparição do mundo ao homem. Isto é, filosofar nunca se encerra em si mesmo, como a ciência se encerra ao explicar um fato por sua dissecação violenta deste e depois por sua montagem técnica e logicizada.
A filosofia acompanha as mudanças que a indefinibilidade humana promove.
A ciência, em contrapartida, fecha o ser em si mesmo. O ser da ciência é como um pássaro engaiolado, cuja gaiola é a cobertura explicativa da privação do ser: a gaiola representa as operações que explicam aquele ser encoberto, privado de si.
A ciência, em contrapartida, fecha o ser em si mesmo. O ser da ciência é como um pássaro engaiolado, cuja gaiola é a cobertura explicativa da privação do ser: a gaiola representa as operações que explicam aquele ser encoberto, privado de si.
As explicações lógicas do homem e do mundo, portanto, desumanizam o mundo e o próprio homem. Entendamos “humanização” como uma modalidade própria de tentarmos entender as coisas e a nós mesmos.
A aridez científica da explicação da existência afastará o homem de si, do outro e do mundo. Por quê? Porque estar aberto para si mesmo, para outrem e para o mundo é uma tentativa constante de compreender a complexidade existencial.
A aridez científica da explicação da existência afastará o homem de si, do outro e do mundo. Por quê? Porque estar aberto para si mesmo, para outrem e para o mundo é uma tentativa constante de compreender a complexidade existencial.
Por fim, o pensamento se tornará uma espécie de mecanização, o qual só corresponderá às técnicas de provimento da existência.
O homem, neste enredo infértil, cometerá talvez o pior dos crimes contra si próprio: o esquecimento do que é, do que poderia vir-a-ser – porque já terá chegado a seu fim, a sua explicação. Em suma, o homem só produzirá instrumentos para aperfeiçoamento; não se autoproduzirá mais.
O homem, neste enredo infértil, cometerá talvez o pior dos crimes contra si próprio: o esquecimento do que é, do que poderia vir-a-ser – porque já terá chegado a seu fim, a sua explicação. Em suma, o homem só produzirá instrumentos para aperfeiçoamento; não se autoproduzirá mais.
Nem a ciência, nem a religião, como também a filosofia, não chegarão a este ponto, porquanto ele não existe.
ResponderExcluirEu espero que não. Contudo, tenho receio do cientificismo. Pode ser totalmente obscurantista enquanto tornado fundamentalista.
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